Muitos devem conhecer a música "Capítulo 4, Versículo 3" da banda de rap brasileira Racionais MC's (abaixo um vídeo do Youtube com a música e letra):
Segue agora uma homenagem que eu fiz a esta canção do Mano Brown e companhia -- uma revisão da letra por um analista-programador de sistemas (as partes em amarelo são os trechos que eu mudei):
Segue agora uma homenagem que eu fiz a esta canção do Mano Brown e companhia -- uma revisão da letra por um analista-programador de sistemas (as partes em amarelo são os trechos que eu mudei):
Relacionais MC's
Algoritmo 4, Procedure 3
60% dos devs de periferia sem antecedentes profissionais já sofreram
violência computacional.
A cada 4 pessoas ferradas nos projetos, 3
são devs.
Nas Udemies brasileiras apenas 2% dos alunos são devs.
A cada madrugada, um jovem dev debuga violentamente em São Paulo.
Aqui quem fala é Primo Java, mais um
sobrevivente.
Minha programação é ruim, esvazia o lugar.
Impressora
Rima, eu tô afim, OS/Dois pra configurar.
Apache
é bem pior do que você tá
vendo.
O dev aqui não tem DOS, é 100% veneno.
O
Unix faz bum, o Linux faz tá!
Eu tenho Bootstrap e não vou parar.
Meu framework é pesado e faz tremer o chão.
Minha palavra vale um loop e eu tenho muita compilação.
Em
prod e homologação, minha
atitude vai além.
E tenho integração pro mal e pro bem.
Talvez eu seja um lógico, ou um anjo,
Um mágico, Ruby ou réu,
JavaScript do céu, malandro ou ternário,
SQL sanguinário, franco debugador se for
necessário,
Revolucionário, run-time ou marginal,
String e moderno, literal,
Fortram do céu com o inferno,
Array imprevisível,
Como um React cardíaco no verso.
Violentamente polimorfismo, verídico.
Stack
Overflow no seu
raciocínio.
Mac pra abalar o seu sistema nervoso e
sanguíneo.
Node ainda é pouco, Browser cachorro louco.
Número 1 dia, analista da periferia.
Uni-duni-tê, o meu JSP.
Um bug venenoso ou uma rajada de VB.
E a instância se fez como previsto.
(2019 depois de Cristo)
A fúria nerd ressuscita outra vez.
Relacionais Algoritmo 4, Procedure 3.
Aleluia, alleluia!
Relacionais no ar, “faile” da puta, VBA, bá, bá!
Tem
bug em São Paulo,
Servlet tá sempre bom.
Eu tô na rua de bombeta e JSon.
CSS
e Dom, HTML é o som
Que emana da VM marrom.
E aí, chama o Turing
Chama a Ada
Chama o Steve e o Bill
Knuth chama o Mandic, vamo aí!
Se os outros manos vem, pelo ORDER BY tudo bem.
Melhor, quem é quem no PowerShell, no –AND e no –OR
Compilou dois manos,
Um programou pra mim,
Em
Java e Swing
Com
Hibernate e Spring.
Ei Browser, sai for a,
Nem Chrome, nem cola,
Não vale a pena declarar esses tipo aí!
Ontem à noite, eu vi backup no asfalto,
Tragando a morte, linguagem de nível alto.
Ó os cara só o pó, XML no osso,
No fundo do poço, traz big data no bolso.
Veja bem, ninguém é C Mais Mais que ninguém,
Veja bem, veja bem, eles são C Sharp também.
Mas de injection de hacker,
Raspberry e conhaque,
As
models morrem rapidinho
sem lugar de destaque.
Mas quem sou eu pra falar de computador que fuma…
Nem dá, nunca te dei query nenhuma!
Você concatena o que vem, prepara o release,
Consome o que XML que vê, faça o WebService feliz!
Você vai terminar tipo o outro cluster lá,
Que era um micro tipo A.
Ninguém entrava numa, hub estilo,
Site Calvin Klein e App Puma.
Um jeito humilde de ser, no Razor e no MVC.
Curtia um bug, jogava uma bola,
Programava
o ABAP dele no portão da
escola.
Sintaxe pra nós, mó moral, mó ibope,
Mas começou colar com os de infra do shopping… (aí
já era)
Ih, Rest, outra vida, outro pique,
Só hardware de elite, balada, vários drink.
Puta de Netezza, toda aquela porra,
Memória sem limite, Hello World e Gomorra.
Faz uns nove anos,
Tem uns quinze dias o OCR viu o mano.
Cê tem que ver, indentando macro pros ITIL-zinho no ponto,
IF tudo zoado, else sem nenhum conto.
A
lógica cheira mal, o DBA sente medo,
Muitas tags de sei lá o que logo cedo.
Agora tem SLA sem perigo,
Datamart, bugado, fudido, recursive.
Um dia um PMO nerd veio embaçar
E disse pra eu fazer deploy no meu QA.
Eu vejo um sponsor nessas condições, não dá,
Será assim que eu deveria programar?
Irmão, o usuário fode tudo ao seu redor,
Pelo Windows, Android, Linux e pelo DOS,
Te oferece mainframe, conversa com calma,
Contamina seu código, rouba sua alma.
Depois te joga um vírus sozinho,
Transforma um SAAS tipo A num buguinho!
Minha palavra alivia seu cursor,
Ilumina meu Select, louvado seja o meu Senhor!
Que não deixa a base aqui desatachar, ah!
E nem sentar o execute em nenhum pilantra!
Mas que nenhuma sobrecarga ignore a minha lei,
Relacionais Algoritmo 4, Procedure 3.
Aleluia, alleluia!
Relacionais no ar fail da puta, pá, pá, pá!
Quatro minutos no Oracle e nenhuma view,
O monstro que deu truncate em algum lugar do Brasil.
Talvez o mano que trampa no Assembly sujo de óleo,
Que enquadra o dBase e Clipper na febre com sangue nos
olhos.
O mano que programa o dia inteiro no Algol
Ou o que vai migrando de Cobol em Cobol.
Talvez o cara que defende o Basic no procedural
Ou que procura vida nova na programação funcional.
Thread num quarto de madeira, computação paralela
Executando
um código velho no fundo
de uma cela.
Ou da família de linguagens multiparadigmas
como eu sou:
Um Python que defende o Tableau…
E eu não mudo, com Ajax me iludo,
Os Zend cu de burro têm, eu sei de tudo,
Em troca de dinheiro e um link bom,
Tem mano que usa GOTO e usa até batom.
Os
full stacks falam merda
pra líder técnico
rir,
Ha ha, pra ver DevOps aplaudir!
É, na sua área tem micreiro até pior,
Cada um, cada um, você e o S.O.
Tem mano que te aponta um Delphi e fala sério,
Explode sua cara por um Paradox velho.
Click deu pau, pau, pau e acabou!
Sem DOS e sem dor, foda-se sua P.O.O.!
Limpa o script com a camisa e faz em PHP.
Você sabe por quê? Pra onde vai? Pra
quê?
Adabas,
Adabas, Ballerina, Ballerina,
Desenvolver
uma API, trocar por
cocaína.
Enfim, o filme acabou pro RPG,
O
Lambda é de festim, as queries têm dublê.
Para os manos da Baixada VBS à Clipperlândia,
Eu sei, as interfaces não são como a CGI-lândia.
Do
Silicon Valley ao extremo
sul de Santo Amaro,
Ser um dev tipo ASP custa caro.
É foda, foda é ter um interpretador e ver,
Não dá pra ter o Perl pra você
Kernell forgado eu brinco: Gnu, trouxa
Desenvolvido dentro do carro na avenida Rebouças,
Pagininhas das moça,
Microsoft
na bolsa,
Dinheiro, não tive classe-pai não sou
herdeiro.
Se eu fosse aquela variável atribuída no Pascal
Tipo
inteira ou real,
Minha tipagem era pouca.
Mas se eu fosse aquela struct bem tosca
Que engatilha e enfia os tipos dentro da sua
boca.
De quebrada CamelCase, você e sua mina,
DB/Dois, nem me viu, já sumi na neblina.
Mas não, permaneço responsivo,
Não Cisco a mística.
Linguagem
R programando a
estatística.
Seu comercial de DB não me engana,
Eu não preciso de diagrama de status nem
fama.
Seu Automation e UiPath já não me seduz
E nem seu Blue Prism de olhos azuis.
Eu sou apenas um programador
latino-americano
Apoiado por mais de 50 mil manos.
Modelo
dimensional que o analista de sistema fez,
Relacionais Algoritmo 4, Procedure 3.
Abraços e boa semana a todos!
Leandro M:-D>
set2019
"Se você é capaz de sorrir quando tudo deu errado, é porque você já descobriu em quem por a culpa."
np – Racionais MC's- Diário de um Detento
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