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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

Tatuagem: ASSIM EU DOO SANGUE

Esta tatuagem sobre doação de sangue, que fiz há alguns anos, eu dei uma estudada e bolei conforme o rascunho abaixo -- lembro que desenhei no meu bloquinho quando estava passeando no Parque do Ibirapuera:



Mas andei antes pesquisando na internet algumas ideias e referências:





O resultado ficou muito dez, a Nanda Ramona do Sunset Tattoo em Ubatuba (vejam este link) manda muito bem, vejam só:



E praticamente toda vez que vou doar sangue, fazer exame de sangue ou ter qualquer contato com alguém da área da saúde, o pessoal fica animado, gostam muito, elogiam, comentam: "nossa, até o scalp está no lugar certinho, apontando para a veia calibrosa" kkk!

Lembrando que já falei aqui no blog sobre minhas doações de sangue, vejam neste link aqui.

Abraços, uma ótima segunda e uma semana produtiva e agradável a todos nós!

Leandro M:D>

jul/ago-2021
"Doação de sangue: para quem doa são alguns minutos, para quem recebe é uma vida inteira."
np - Ramones - We Want The Airwaves 

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Coisa de Paulista e Centro:
Corrida de São Silvestre 2014

Hoje vou colocar um segundo post no ar, já que participei da 90ª Corrida Internacional de São Silvestre (tradicional evento que acontece em Sampa no último dia do ano, todos os anos ininterruptamente desde 1925) e achei algumas fotos e fatos interessantes:



Fui  de "pipoca" mesmo, ou seja:
sem pegar inscrição, sem receber camiseta do evento nem medalha no final.
Fui pelo prazer de correr mesmo!
E para aproveitar várias ruas abertas,
como a Avenida Paulista , Brigadeiro Luis Antônio, Av. Rio Branco, ruas do Centrão etc.
(ainda mais que eu sempre corro em calçadas e tenho que esperar semáforos fechados).
Não corri só para ter uma medalha.
Falando em ter por ter,
isso até me lembra a música "Qual Violência" da banda "Cólera", uma das pioneiras do punk no Brasil:
"Ter é mais importante do que ser / Mas não para mim / Eu não sou assim."


Vi esse "Zé Gotinha" de Sangue um dia antes no jornal da TV, com a mensagem:
"Doe Sangue / Compartilhe Vidas".
Muito nobre! Eu curto esta causa! E pratico várias vezes por ano!
Eu até pensei em doar hoje depois da corrida, mas estava só o pó!
Veja aqui o que já escrevi sobre minhas doações de sangue e plaqueta no blog.

E, junto dele, um cangaceiro verde e amarelo!

A banda Blue Men Group não são três pessoas?
Bem, vai ver que a versão de Iperó, interior de São Paulo, são apenas duas!
E parabéns por correr, ainda mais segurando cartazes,
pintados de tinta azul, usando luva e também touca a cabeça!

Um repórter entrevista uma Caveira Viva;
e um Chaves atrás, só esperando sua vez.

Protestos pacíficos.
E, se não me engano, acho que os vi (ou alguns com trajes muito parecidos com os deles)
no Solo Sagrado de Guarapiranga, há alguns meses.

Um Hare Krishna?
Vi também uma Freira Católica subindo a Brigadeiro correndo,
as não deu tempo de tirar foto...

Homem-Aranha sofrendo com o calor!
E o herói correu pra valer, não era só "poser",
pois eu o encontrei quase 12 km depois!

Só mesmo o indulto de Natal para liberar os presidiários estereotipados
(a la Irmãos Metralhas) para correr livremente! 

Lição de vida: mesmo com limitações de saúde,
a criaça e a família participa do evento e da festa.

Olhando sentido Consolação, não se vê o final da Paulista neste mar de gente...
...e nem o começo da avenida, sentido Paraíso.
Li em algum jornal sobre 30.000 pessoas!
Caramba!
Como se fosse toda a população de Araçoiaba da Serra (SP)
reunida na rua para a corrida!
Ou todo o povo de Cambuí (MG) ou de Piumhi (SP) 
ou de Iguape (SP).
Muita gente mesmo!

E pensar que Réveillon na Paulista estão prevendo 2.000.000 de gentes!
Meu Deus! Como se fosse todo a galera de Manaus (AM) 

ou quase todo mundo de Belo Horizonte (MG)! 
Cruz credo, que muvuca! Respeito, mas, sinceramente, não curto...

Putz!
Passar na frente do restaurante árabe "Habib Ali",
na Avenida Rio Branco (região da Santa Ifigênia) e
não poder comer um shawarma nem uma esfiha de zaatar
é muita tentação!!
(para saber mais sobre essa delícia,
procure na internet, há muitas referências,
embora os donos originais tenham saído, continua muito bom).

E eu encontro um Minion na corrida!!

Ops! Dois Minions e o próprio Gru,
do desenho 'Meu Malvado Favorito
("Despicable Me" no original em inglês,
ou "Gru, O Maldisposto", para nossos irmãos de Portugal).

Na famigerada subida da Brigadeiro, encontro,
no sentido contrário dos corredores,
uma pessoa vestida de Flash
(ou algo parecido com o herói da DC,
pois o símbolo é ligeiramente diferente,
lembra o Professor Zoom, o Flash Reverso,
mas de roupa vermelha ao invés de amarela)

E o mais curioso é que eu o encontrei um dia antes,
em plena hora do almoço,
passeando pela Paulista com uma lata de cerveja na mão...


Esta mulher estava com dor nos pés após a corrida.
Eu entendo e sou solidário à dor dela.
Mas tirar os tênis sujo em pleno Metrô e
colocar os pés suados em cima de um banco
(em que alguma pessoa se sentaria depois)
não acho correto...

E, embora eu tenha escutado muita gente comentando lá no evento sobre o favoritismo dos quenianos, quem acabou ganhando este ano foram atletas da Etiópia!

E, falando sobre África, os nigerianos, congoleses e afins da região do Largo do Arouche estavam em peso observando e torcendo pelos atletas que passavam por lá! Eu ia tirar uma foto deles, mas não tive oportunidade. 

E espero que nenhum corredor empolgado e desavisado tenha chamado algum deles de queniano... 

Bem, não costumo andar por aquelas bandas, só em eventos especiais como este e a Virada Cultural (e olhe lá). Por isso, aproveitei a multidão e a organização para esse tour saudável na capital hoje.

Abraços e até ano que vem!!

Leandro M:-D>
31-dez-2014
"Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda,
Amanhã velho será, velho será, velho será,
A menos que o coração, que o coração sustente 
A juventude que nunca morrerá."
(Chaves)
np - New Model Army - space 

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Kit Churrasco para Doadores de Sangue

Já que hoje é dia nove de julho, feriado em São Paulo, lembrei do Hospital 9 de Julho, na capital paulista; então segue um post que eu deveria ter publicado há muito tempo:

Vejam o que eu ganhei há alguns anos, em um evento da Hemoterapia do hospital, destinado ao Dia Nacional do Doador de Sangue, em 25 de novembro (não confundir com o Dia Internacional do Doador de Sangue, em 14 de junho) -- ganhei um kit churrasco, com uma faca, uma pinça/pegador e um abridor de lata/garrafa/saca-rolha, dentro de um estojo:


















Aproveitem o feriado para fazerem o seus churrascos; mas aproveitem também os dias da semana para doarem sangue: não custa nada e só ajuda quem precisa! Que tal doar amanhã ou sexta? Daí, no próximo final de semana, mais churrasco!

Para saber mais sobre as doações de sangue e plaqueta que eu tenho participado, acessem http://leandromd.blogspot.com.br/2011/06/minhas-doacoes-de-sangue-e-plaquetas.html

Abraços e fiquem bem!
Leandro M:-D>
26nov2011/08fev2014
"A vida não foi destinada a ser um peso para muitos nem uma festa para poucos."
np - GWAR - School's Out (Alice Cooper cover)

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Cabelos: não vendam, doem!
Pensem no Câncer...

Essa informação eu fiquei sabendo esses dias: existe a doação de cabelos para hospitais do câncer, inclusive infantil! (a queda de cabelo é uma das reações que podem ocorrer com alguns tipos de quimioterapias)


Mona Lisa na campanha contra o Câncer.

Resolvi averiguar a dica. Procurei no Google, mas não achei muita coisa sobre esse tipo de doação. 

Então procurei o nome e contato das instituições que cuidam de crianças com câncer, e fui telefonar uma por uma. 

Algumas me responderam que não têm estrutura para receber e cortar o cabelo -- que só aceitam a doação da peruca pronta.


Nino, o mascote da ITACI.

Um dos que achei na relação foi o ITACI - Instituto de Tratamento do Câncer Infantil, que fica em Pinheiros, na zona oste da Capital São Paulo. 
Site http://www.itaci.org.br/, telefones: (11) 2661-8962, 2661-8963 ou 2661-8968






Telefonei para o ITACI e me pediram para ligar para a parceira AÇÃO SOLIDÁRIA, e falar com a Sonia, Darci ou Fabiana no telefone 3082-9794.


Conversei por telefone com a Fabiana e resolvi ir até o local, na Rua Oscar Freire, 1990 (veja no Google Maps aqui).
A fachada do Bazar da Ação Solidária.


Eles mesmo não cortam a cabeleira, mas a Fabiana me acompanhou ao salão de cabeleireiro ao lado e cortei lá. Daí, cada mecha que a cabeleireira foi tirando, ela ia amarrando bem forte com elásticos, para que os fios não se perdessem.





O herói Super-Nino e parceria com a Fundação Criança.
Acabando a tosamento (que o salão nem cobrou os R$35 do corte masculino), voltei ao bazar da Ação Solidária e entreguei minha contribuição capilar.

Um belo trabalho que essa organização faz, e fui muito bem atendido. Depois descobri que eles também tem o site 
http://www.acaosolidaria.org.br/. 



Voltando sobre minhas buscas na internet, eu tinha visto algo sobre campanhas de doação de cabelo em Espírito Santo e Minas Gerais, até que uma das campanhas chamava "doe seu rabinho" ;-). 
E alguns sites de outros países eu também vi pessoas doando, inclusive com fotos orgulhosas da doação, como essas:

Antes...


... durante ...


...e depois da doação.

Mas em São Paulo, pelo jeito, o negócio não está sendo tão bem divulgado. Inclusive a moça do salão me disse que são poucas pessoas que vão lá para fazer essa doação. Inclusive, algumas clientes me olhavam com estranheza, pois não acharam comum uma pessoa com o cabelo de quase meio metro tendo os tufos cortados e guardados e depois passando a maquininha.

A Turma da Mônica na campanha contra o Câncer.
Para ser sincero, eu até tinha tentado vender a cabeleira na Rua Riachuelo (o Rei dos Cabelos), na Galeria do Rock/Grandes Galerias (Salão do Índio/Ísis) e na Galeria Black/Galeria Presidente (várias lojas e salões especializados). 

Mas como eu frequentemente raspo nas laterais e atrás da cabeça, o volume do meu cabelo é menor que o normal, e embora o comprimento seja grande, o peso não é o suficiente, e ninguém quis comprar...
Ah, e quando fiquei sabendo que existe a tal doação de cabelo, não pensei duas vezes: desisti da possível venda e quis ajudar!!

E, por coincidência (ou não), no caminho de casa até o bazar da doação achei esse cartaz pregado em uma muro na rua:


AS MELHORES COISAS DA VIDA
NÃO SÃO COISAS
Não precisa falar mais nada, né? ;-D

Eu até iria usar esse post de número 486 para falar sobre algo relacionado a computadores (saudade do meu primeiro micro, um 486 DX2 66), mas essa do cabelo me pegou de surpresa e precisei escrever (e fazer) sobre isso!

Abraços e pensem sobre as coisas que podem fazer vocês e outros felizes!


Leandro M:-D>
19dez2013
"Se estás ajudando na expectativa de que te agradeçam, deixa de fazê-lo. 
 Evita, assim, decepções. 
 Se o que fazes é pelo simples gosto de ajudar, continua. 
 Já estás sendo pago."
(Prof. Hermógenes) 
np – Madredeus - maio maduro maio



sexta-feira, 15 de julho de 2011

texto de outros - Plaquetuda Calibrosa

Gostei desse texto e resolvi postar aqui no blog. O Link mesmo da Veja Rio #1097 não consigo acessar pelo Google nem pelo próprio site da revista (a URL http://vejabrasil.abril.com.br/rio-de-janeiro/editorial/m1097/plaquetuda-calibrosa dá erro ou direciona para a página principal) ... mas consegui ver o texto pelo cache do Google: 

E, falando em doação de sangue e plaquetas, não esqueçam de ler sobre minha experiência pessoal em http://leandromd.blogspot.com/2011/06/minhas-doacoes-de-sangue-e-plaquetas.html.

Bom proveito e até mais!

Leandro M:-D>
"O amigo autêntico é o que sabe tudo sobre ti e continua a ser teu amigo." (Kurt D. Cobain)
np - The Neanderthals - Werewolf From Outer Space



13/03/2009
Crônica

Plaquetuda calibrosa

Fernanda Torres
Marília Gabriela me perguntou uma vez numa entrevista se eu já havia atingido a idade em que não queria mais ser reconhecida pela minha inteligência, mas sim pela beleza. Respondi que, sem dúvida, eu me encontrava justamente nesse momento da vida. Não fui a menina mais popular da sala de aula, melhorei com o passar dos anos e agora, aos 40 e alguns, começo a perceber a curva descendente acenando com força moderada. E não é que nessa hora tão delicada dois elogios estranhos e inusitados me devolveram um certo orgulho da carne? Explico.
Fui doar sangue. Não é moleza doar sangue. Não pelo ato em si, que não dói nada e resolve a vida de muita gente. A dureza é ser aprovado no questionário minucioso, feito numa sala privada antes da doação. Parceiro fixo? Hepatite A, B, C? Sífilis? Gonorreia? HPV? HIV? Herpes? Fuma? Bebe? Toma algum remédio? Drogas injetáveis? Não injetáveis? Doença de Chagas? Diabetes? Pressão alta? Baixa? Históricos familiares... Conforme se avança na prova, é quase inevitável fazer uma revisão do passado, dos riscos da juventude, dos excessos, mancadas e bobeiras, das heranças, dos vícios, dramas e arrependimentos da vida toda. Funciona quase como uma boa sessão de análise.
Passado o teste, fui encaminhada para a cadeira astronáutica do banco de sangue. Passaram o garrote no meu braço, e o olho da enfermeira faiscou ao ver a veia saltar.
– Hummmm... Calibrosa! – disse ela, já chamando a colega do lado para dar uma olhada. As duas trocaram sorrisos interessados. Percebi nas hematologistas uma enorme ganância de veias bojudas. Pareciam vampiras do bem. Deixei meio litro de sangue para elas e, com o tal orgulho da carne, ou seja, do meu sistema venoso, prometi voltar para doar as plaquetas.
Voltei. Doar plaquetas é outro capítulo. Além das veias fartas, é preciso ter um fluxo grande de circulação sanguínea para encher a máquina, uma geringonça impressionante que retira o sangue, separa as plaquetas e depois devolve o plasma e as hemácias para você. Foi lá que recebi outro cumprimento esdrúxulo:
– Hummmmm... Plaquetuda!
Não soa tão bem quanto calibrosa, parece mais xingamento, mas não me incomodei. Estou naquela fase que a Marília citou, qualquer elogio à matéria é bem-vindo. Podem espalhar por aí que sou uma dona plaquetuda calibrosa. Vai ser o meu mais novo cartão de visita.
Depois dos 40 é comum receber más notícias dos médicos e, invariavelmente, uma batelada de exames para fazer. Mamografia, curva glicêmica, para os homens o temível toque de próstata, isso sem falar na colonoscopia, nos incontáveis ultrassons e no raio X dos joelhos, para quem nunca perdeu o futebol. Aos 20, a gente torce o pé e continua andando. Aos 30, o doutor te receita um analgésico por telefone e recomenda repouso. Aos 40, ele já vai te engessar, medicar e botar na fisioterapia. Aos 50, te interna, abre e mete um pino.
Meu clínico geral me disse rindo que chegamos à era da reposição de peças. Se uma civilização futura (será que isso vai existir?) for cavucar as nossas tumbas, só vai encontrar implante de silicone, osso de platina, joelho artificial... Vai-se a carne, ficam as próteses.
Se tivermos a sorte de viver muito, enfrentaremos as inevitáveis doenças degenerativas. Hoje eu entendo a importância de poder contar com um banco de sangue confiável e bem fornido. A gente nunca sabe quando vai precisar. Gostei de doar sangue, é algo que todos os que têm condições deveriam fazer por si mesmos, pelos seus e pelos outros. Se você tem fator RH negativo, então, pense seriamente no caso. A necessidade é grande. Peça ao seu médico que lhe indique um banco adequado. Quem sabe você ainda não sai coberto de novos adjetivos?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Minhas doações de sangue e plaquetas

Hoje é 14 de junho, o dia mundial do doador de sangue -- enquanto que 25 de novembro é dia nacional do doador de sangue, não confundam!

Como muitos sabem, eu sou doador assíduo de sangue e plaquetas.

Não vou explicar aqui detalhes sobre o que é doação de sangue -- é um assunto que pode ser achado facilmente na internet, principalmente nos sites dos bancos de sangues e afins.

Vou falar sobre minha experiência pessoal de doação de sangue e plaquetas, como tudo começou, como me organizo e um pouco sobre o processo e máquinas de coleta plaquetas.

O início



Tudo começou quando meus amigos Marroney e Kervba me chamaram para doar sangue no CHSP (Centro de Hematologia de São Paulo), em São Paulo, na região da Av. Paulista. Não lembro exatamente o ano, mas sei que foi antes de 2005.

Eu nunca tinha doado até então, pois nunca havia precisado, e sempre tive medo e nunca fui fã de ver sangue. Mas como estava em companhia dos meus amigos, resolvi “arriscar” a doar.

Até que a doação foi tranqüila, mas devo confessar que nessa e nas primeiras vezes que doei eu me sentia meio mal, principalmente quando olhava a agulha ou o sangue, rsrs! Mas se eu não olhava, estava tudo bem! E, mesmo com esse pequeno mal-estar, bastava eu ficar de repouso um pouco na própria cadeira após a coleta, que tudo estava bem de novo!


A entrevista também foi uma situação nova para mim -- são várias perguntas, sobre diversas coisas e comportamentos, e algumas tão íntimas... e eu não estava acostumado com aquilo. Mas com o tempo foi virando algo comum e rotineiro!


Na época, cheguei a doar em outros lugares, como no Hospital Ipiranga e Hospital Nove de Julho. Mas acabei “acostumando” a doar no CHSP -- pois, além de ser em um ponto “estratégico” para mim (por ser perto do trabalho e dos amigos), teve mais um motivo, que contarei a seguir.






Doação específica

Acabei ficando mais “amarrado” ao CHSP por outro motivo: em 2005 recebi um e-mail da minha amiga Renata sobre uma doação de sangue para uma menina, a Carol, que sofria de “Talassemia Major, doença congênita que não existe cura e cujo tratamento consiste em transfusão de sangue a cada 21 dias aproximadamente” (texto conforme escrito na mensagem).

Imprimi o e-mail e fui com um colega do trabalho para fazer a tal doação, mesmo sem saber se o e-mail era real ou uma hoax (boato de internet), sem saber se a pessoa ainda precisava da doação ou não.

Chegando ao CHSP, preenchi a minha ficha e informei o nome do paciente. Aproveitei e perguntei à atendente se a tal pessoa existia mesmo. Para minha surpresa, o e-mail não só era real, como a menina estava, por coincidência, naquele dia lá no prédio para receber a transfusão de sangue!

Então, após a doação, e por insistência do meu colega, subimos até o andar onde ela estava para nos apresentarmos. Conhecemos a Carol e conversamos com seus pais.

Nos meses que se seguiram, comecei a “convocar” amigos e colegas para nos ajudarem a doar sangue para ela. Quando não era eu que doava, era alguém que eu levava e acompanhava a doação. O pessoal do CHSP já me conhecia de tanto que eu freqüentava lá, rsrs. E toda doação que eu ou alguém fazia para a Carol, eu anotava num papel -- na verdade, eu anotava no verso daquele e-mail impresso... só depois de muito tempo transformei em planilha eletrônica.



Quer doar plaquetas?


Em meados de 2006, de acordo com minhas anotações, eu já havia doado 3 vezes para Carol, e arranjado mais 7 doações entre os amigos e colegas. Foi quando a responsável pela minha coleta, apalpando a veia do meu braço, me perguntou se eu não queria doar plaquetas.
 “Como assim?”, pensei. Eu nem sabia o que significa aquilo! Ela então me explicou o que era e como era o processo de coleta, e disse que como minha veia é calibrosa (ou seja, uma veia “gordinha”, e que fluía bem), e me convidou a doar as tais plaquetas dali dois meses. Resolvi topar.

Após algumas semanas, voltei para a tal coleta. Coleta essa que, diferente das doações comuns de sangue, eu precisei agendar um dia e horário previamente, para eles poderem preparar a máquina. Uma máquina grande, com alguns tubos a mais e um monitor de vídeo.

Sem detalhes técnicos, veremos como é o processo dessa máquina de coleta de hemocomponentes por aférese:



* a princípio, ela coleta o sangue como é uma doação comum;

* quer dizer, não exatamente como uma coleta comum, pois além de me espetarem a um tubinho por onde sai o sangue, eu estava conectado a algo parecido a uma alimentação via soro -- na verdade, é um anticoagulante, que ajuda no processo todo, mesmo deixando às vezes um gosto amargo na boca;

* a segunda diferença é que o sangue que vai para a máquina é processado. Ou seja, escutamos o motorzinho fazendo a “mágica” em que a plaqueta é separada do resto do sangue;

* a próxima diferença é algo realmente... diferente: o sangue volta para o corpo! É uma sensação bem estranha, um frio que percorre o corpo -- mas nada de outro mundo;

* e todos esses passos se repetem! Pode ser cinco vezes, pode ser oito, pode ser dez vezes! São tantos ciclos conforme a máquina calcula de acordo com o fluxo de sangue e a contagem de plaquetas;


* e um dos monitores da máquina indica o status do fluxo de sangue: 1) se o sangue está indo do corpo para a máquina, 2) se está indo da máquina para o corpo, ou 3) se o fluxo foi interrompido. Quando o sangue está no sentido corpo/máquina, o doador deve fazer como na doação comum: abrir e fechar a mão, para ajudar no bombeamento. Se o bombeamento está fraco ou pára, a máquina avisa, apitando. E quando o sangue volta para o corpo, o correto é deixar a mão relaxada e deixar fluir. E os ciclos são mais ou menos longos, durando alguns minutos cada, o doador consegue relaxar e assistir TV, ouvir música, ler, etc. enquanto doa -- só deve ficar atento á mudança de status do fluxo;



* acredito que não é necessário dizer que, por conta dessa complexidade e repetição em ciclos, o processo é um tanto mais demorado. Tanto que em uma ocasião que doei plaquetas durante uma Copa do Mundo, consegui assistir um jogo de futebol praticamente inteiro!


As máquinas de plaqueta

Existem várias tecnologias para máquinas de aférese no mercado. Ao longo das doações que participei e das conversas que tive, tenho escutado bastante os termos “MCS”, “TRIMA” e “COBE”, que são nomes comerciais de algumas máquinas que empregam esquemas diferentes entre elas. Existem outras, que diferem entre os Bancos de Sangue, de acordo com a preferência por uma ou outra marca em cada serviço. Entretanto todos os equipamentos liberados para uso no Brasil oferecem segurança para o doador/paciente.

E só estou citando aqui os modelos com que eu já tive contato, e minha opinião, pessoal e intransferível, sobre elas:


1) há uma máquina que utiliza apenas um braço (intermitente com acesso único), se utilizando de alguns ciclos (entre 6 e 10), sendo ciclos mais longos (questão de alguns minutos cada) -- conforme processo que expliquei acima.



É o tipo utilizado antigamente no CHSP (onde tudo começou para mim) e também no Hospital Nove de Julho (onde eu dôo hoje). É a que eu utilizo geralmente, a minha preferida.

Um exemplo dessa máquina é a MCS+, da empresa Haemonetics.






2)
há uma máquina que também utiliza apenas um braço, mas com vários e vários ciclos (algumas dezenas), sendo cliclos  mais curtinhos (cerca de um minuto cada) -- o processo é parecido com o que expliquei, mas com a grande diferença da duração e quantidade de ciclos.

Eu, sinceramente, não gostei nem um pouco! Mesmo que o processo como um todo seja mais rápido, é muito tenso e até estressante, pois tenho que prestar muita atenção nas mudanças dos status de fluxo -- eu me sentia como estivesse dirigindo na Radial Leste com chuva forte, rsrs. 

Tanto que em 2009 ou em 2010 o CHSP transferiu a doação de plaquetas para o Hospital A.C. Camargo, onde eu tive a experiência acima. Por isso “me mudei” para o Nove de Julho. E em 2011, há poucos dias, eu ouvi dizer que o CHSP, que agora utiliza o Banco de Sangue de São Paulo, voltou a fazer doação de plaquetas, mas utilizando esse tipo de máquina. Acho que vou continuar doando plaquetas no Nove de Julho, indo ao CHSP apenas para doação de sangue total.

Um exemplo desse tipo de máquina é a
Trima Accel, da empresa Caridian.


3) há uma terceira máquina que utiliza dois braços ao mesmo tempo (com acesso venoso duplo, duas punções), ou seja, o sangue sai por um braço e volta pelo outro (fluxo contínuo).


Utilizei uma vez no Hospital Nove de Julho e também não gostei. Não se consegue manipular uma revista ou livro, nem mesmo um aparelho de MP3 ou controle remoto da TV, pois os dois braços ficam imobilizados. E o pior de tudo é ter que pedir para a responsável pela doação coçar meu nariz, rsrs. Só utilizei essa máquina uma vez para experimentar mesmo -- mas conversei lá e agora só dôo com máquina do estilo da MCS.

Um exemplo de máquina é a
Cobe Spectra, da empresa Caridian.


Me programando para as doações

Para informação, eis os intervalos de doação para cada um dos tipos de doação:

Sangue Total  = homens: 2 meses (até 4 doações por ano);  mulheres: 3 meses (até 3 doações por ano); maiores de 60 anos: 6 meses;

Plaquetas = 48 horas (até 4 doações por mês). Porém costuma-se aguardar o intervalo de 1 mês para não debilitar o doador.

A partir disso, consegui montar para mim uma “agenda“ anual de doação, de 8 doações intercalando doação de sangue total e doação de plaquetas -- com o objetivo de maximizar a quantidade de doações, mas respeitando os intervalos entre elas:


Janeiro
Plaqueta 1
Fevereiro
Sangue 1
Março
x
Abril
Plaqueta 2
Maio
Sangue 2
Junho
x
Julho
Plaqueta 3
Agosto
Sangue 3
Setembro
x
Outubro
Plaqueta 4
Novembro
Sangue 4
Dezembro
x

Alguns anos eu até consigo segui-la o máximo possível, já outros anos eu dôo menos -- mas até umas 6 vezes por ano eu tenho conseguido doar.

Conforme a moça do banco de sangue me disse um tempo depois, sobre os INTERVALOS entre as doações:

De plaquetas para plaquetas – 48 horas,
De plaquetas para sangue - 48 horas,
De sangue para plaquetas – 30 dias, 
De sangue para sangue - 60 dias.


Ficha grande

Como já doei várias vezes no CHSP ao longo desses anos (mesmo com as últimas doações de plaquetas sendo no Nove de Julho), meu histórico de doação lá na clínica é grande. Tanto que na última vez que fui lá doar, a responsável pela entrevista, que já me conhece, quando me viu na fia na recepção, já entrou no sistema no computador e deixou a tela carregando meus dados -- pois minha “ficha” é tão grande que o computador demora um bocado para processar e trazer a listagem das minhas doações passadas na tela. E quando entrei na sala dela, o sistema ainda estava carregando... haja doação! Rsrsr!



E espero que cada vez mais e mais pessoas comecem (e continuem) a doar sangue. Não é necessário que tenham as fichas de doação exageradas como a minha, mas torço para que os sistemas de registros fiquem cada vez mais lentos e sobrecarregados, como no fato descrito acima!! Por que isso? Oras! Pois, em primeiro lugar, isso indicaria que o número de doações estaria acima da média (o que significaria que muitas vidas seriam salvas). E, em segundo lugar, isso indicaria também que os sistemas de informática dos bancos de sangue teriam que ser trocados, gerando novas possibilidades para os programadores (mas isso seria assunto para um outro post, hehe).

Leandro M:-D>
"Grandes oportunidades para ajudar aos outros raramente aparecem,
 mas pequenas delas nos cercam todos os dias."
np – Megadeth  - Blood of Heroes